POESIA


Por Jefferson Cidreira
Escritor Jefferson Cidreira
ROMARIA 

As cordas rasgadas a navalha, 
Do calibre da arma um tiro, 
Ecoa pela floresta,
Sangra entre espinhos.

Os olhos opacos,
O espantalho que andeja grunhido,
Sou teu fruto sagrado,
Dado de comida aos bichos. 

A romeira andeja descalça,
Suas lágrimas molham o velho vestido,
A chita suja rasgada,
A hóstia que acerba seu paladar faminto. 

Os olhares que cravam-na em vitupério,
Não reconhecem seu sacrifício,
Na sua jornada de flagelos,
O brilho de um olhar esvaído.


JHC, 10 de maio de 2020

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Comentários

  1. Sempre falo isso: a SLA, sem dúvidas, é a Sociedade mais organizada do Estado, no que diz respeito à literatura. Muito orgulhoso de fazer parte. Parabéns à fundadora da SLA, poetisa Mazé Oliver.

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  2. Jefferson Cidreira meu amigo e confrade, agradeço o elogio, porém, o estendo também aos amigos outros fundadores, que junto comigo nos esforçamos e fundamos a SLA. Seus nomes estão na página dos ASSOCIADOS, nesse Blog. Juntos somos fortes! Abraços poéticos. Maze Oliver (membro da SLA).

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