CONTO
Segunda-feira. D. Clara acabara de
estender toda a sua roupa, cansada, já intencionava varrer a casa, quando ouve
palmas ao portão. O carteiro diz estar fazendo uma pesquisa quanto as condições
de trabalho do órgão em que trabalha.
- Sim,
claro, pode entrar! D. Clara o recebe com a dedicação de sempre.
- Aceita
um copo d’água?
- Sim,
obrigada, hoje está muito quente.
O rapaz segura uma prancheta com
alguns papéis. Após beber a água, as
perguntas são feitas:
- A
senhora está satisfeita com os serviços do correio daqui de sua cidade?
- Sim.
- Já
deixou de receber alguma encomenda pelo correio?
- Não.
Sempre recebo tudo certinho.
- A
senhora poderia me mostrar algum documento para que eu faça o cadastramento da
sua entrevista?
- Com
licença, vou buscar.
Quão surpresa ficou D. Clara com o ‘’
sumiço’’ do pesquisador, como também, de sua Smart TV 32 polegadas, o celular e
o notebook do neto. Correu lá fora, mas só a fumaça do carro que lhe pareceu
ser do correio. Gritou pelos vizinhos, mas nada poderia ser feito. Talvez
prestar queixa. Mas, não adiantaria!
Ficou com medo, nervosa, jurou nunca
mais abrir a sua porta para estranhos. Mas, era um rapaz tão distinto...Ela
sempre foi fã dos carteiros...
Os dias se passam. Na delegacia
daquele Distrito, um policial traz o dito cujo “carteiro‘’
para prestar depoimento.
Ao ver seu rosto impresso no papel
não tinha como negar ao delegado. O dono
do notebook tinha um aplicativo antirroubo, assim, ao ligar o computador a sua
foto foi diretamente para o e-mail dele. Daí, foi fácil localizá-lo.
Diogo, o falso ‘’carteiro’’, ficou
surpreso o quanto as pessoas estão espertas.
Fátima Cordeiro tem formação em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e em Teologia pela Diocese de Rio Branco. Membro fundadora da Sociedade Literária Acreana (SLA) e Imortal da Academia Acreana de Letras (AAL).
Semana que vem tem mais...Deixe seu comentário e volte outras vezes!
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