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Mostrando postagens de junho, 2020

POESIA

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Por Rosangela Fonsêca SERES INANIMADOS Simbolizam a parte dinâmica das vidas Se mexem Se quebram Se acabam Envelhecem De nós se distanciam.  Porém, das memórias jamais sairão Falo daquele Igarapé Que marcou minha infância. Apesar da distância Ainda tenho na lembrança Que seu singelo leito Comportava água o suficiente  para promover felicidades  à muitas crianças  Falo da protagonista natureza Com sua enorme gentileza Nos chamando pra brincar E nesse Igarapé  embalar...alimentar nossas fantasias de criança Hoje tenho um desejo Quem sabe esse Igarapé encontrar? Falar-lhe dos meus sentimentos  Falar-lhe das minhas lembranças E em seu leito novamente  meus sonhos embalar Gostou?  Deixe seu comentário e volte outras vezes!

POESIA

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Por Hermógenes Neto EU SOU Eu sou o que você não ver, o que você acha que leu, Eu sou o que nem eu vi,  esse talvez seja eu! Na roda da vida do vir a ser Sou no amanhã, o que fiz ontem, no passado o que plantei... Sou caixa a desvendar, sou estrela do mar, que o tempo não vencerá e no meu livre pensar, Sou segredo do eterno, tenho o devir a moldar Pois ao sol sou resistência e ao luar ( sou ) irreverência. Refrão: Não sou massa a modelar Nem vaca de presépio  Para o cenário decorar! Na história, sou Montéquio! Do lado de cá, vou ficar. Hermógenes Neto tem formação em Filosofia. É músico e cantor. Membro fundador da sSociedade Literária Acreana (SLA) e Imortal da Academia Acreana de Letras - (AAL) Gostou, deixe seu comentário e volte sempre!

POESIA

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Por Lídia Xavier RAZÃO SUBJETIVA Nunca acreditei em números Minha tolice é de acordo com minha inocência cega diante a vida Domino pouco meus conhecimentos Nenhum sábio afirma o saber De mim, ainda não conheço nada Minha inconstância subtraí minha essência Ao pensar em escolhas Me divido entre a sociedade e a impulsividade me diz o que quero Me encontro fora de um todo na avaliação dualística Bem e o mal O encontro da verdade absoluta É remota Do mal eu vejo o bem Do bem, eu questiono.                                        Se você gostou, deixe seu comentário e volte outras vezes!

POESIA

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Por Claudio Brito ACRE Acre, Estado permanente em mim Em você, todos nós, Que transitamos nele A caminho da diversidade De encantos, povos, cidades Sonhos, relações, amizades. Acre de sortes lançadas Em florestas exploradas, Num passado de gozo e de arestas, Em misto de dores e festas, Na trilha da seringueira, Na sombra da castanheira, No tombo da samaúma, Na resistência à uma, No eco surgido do empate. Acre, estado menino , Esperança de nordestinos, As acrevozes silenciadas, De txais, sucumbidos: más sortes, Etnias ceifadas a mortes Em massacres, correrias, Aos olhos de toda a gente. Acre de árabes e turcos, De gentes diversas, dispersas De povos pra Deus importantes Nativos, forasteiros, imigrantes, Em busca de sonhos e vida Em busca de vida e paz. A paz não fingida, semente ainda, Que grita pra ser regada, Anseia pra ser cuidada. Acre, semente ainda. Acre de gentes, ainda. Acre, humano ainda. Eu creio, ainda! Se você gostou, deixe seu comentário e volte sempre!

CONTO

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Por Fátima Cordeiro UM LONGO SILÊNCIO                    Gustavo não queria sair naquela noite. Assistia ao seu filme predileto. Morava sozinho. Mas, todas as noites, sua mãe telefonava para as devidas averiguações. Tudo bem que era filho único, mas, ás vezes cansava, por isso, resolveu fazer faculdade bem longe. Não tão longe, verdade. Na cidade próxima. Ideia de sua mãe. O pai considerava desnecessário. Pois, os estudos dali eram tão bons quanto os da capital. Escolheram, mobiliaram, pagavam o apartamento, contudo, esqueceram de perguntar se Gustavo estava feliz.                 Fazer Arquitetura era o sonho dos pais.            Gustavo queria ser ... O que desejava mesmo ser? Com 25 anos, ainda não sabia resolver essa questão filosófica, antropológica, sociológic...

POESIA

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Por Valdeci Duarte Escritor Valdeci Duarte RIO QUE ME PARIU Eis aí o rio, Exageradamente querido, Que abraça e fertiliza A cidade da minha vida. Este é o rio Aquiri  O mesmo que purifica o homem Que o observa do barranco O mesmo de muitos cantos e encantos e lendas. Este é o rio de saudade Que carrega os balseiros da minha vida. O mesmo de águas barrentas, de solo fértil, De uma história sangrenta e esquecida. Eis aí o rio, Depósito de podridão E que mesmo assim alimenta O ribeirinho, meu irmão. Este é o rio da minha, das nossas brigas. O mesmo que doura à luz da lua, Que de beleza transborda E desabriga. Este é o rio que me pariu Rio da minha infância sofrida Rio de muitas voltas, de muitas idas. Rio doce, rio branco, rio da minha vida. Volte outras vezes.  Estaremos esperando. Não deixe de comentar!

POESIA

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Por Jefferson Cidreira Escritor Jefferson Cidreira ROMARIA  As cordas rasgadas a navalha,  Do calibre da arma um tiro,  Ecoa pela floresta, Sangra entre espinhos. Os olhos opacos, O espantalho que andeja grunhido, Sou teu fruto sagrado, Dado de comida aos bichos.  A romeira andeja descalça, Suas lágrimas molham o velho vestido, A chita suja rasgada, A hóstia que acerba seu paladar faminto.  Os olhares que cravam-na em vitupério, Não reconhecem seu sacrifício, Na sua jornada de flagelos, O brilho de um olhar esvaído. JHC, 10 de maio de 2020 Volte outras vezes. Estaremos esperando sua visita e comentário!

CONTO

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               Por Fátima Cordeiro Escritora Fátima Cordeiro O CARTEIRO             Segunda-feira. D. Clara acabara de estender toda a sua roupa, cansada, já intencionava varrer a casa, quando ouve palmas ao portão. O carteiro diz estar fazendo uma pesquisa quanto as condições de trabalho do órgão em que trabalha.           - Sim, claro, pode entrar! D. Clara o recebe com a dedicação de sempre.           - Aceita um copo d’água?           - Sim, obrigada, hoje está muito quente.           O rapaz segura uma prancheta com alguns papéis.   Após beber a água, as perguntas são feitas:           - A senhora está satisfeita com os serviços do correio daqui de sua cidade?           - Sim.           - Já deixou de receber algu...