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Mostrando postagens de julho, 2020

POESIA

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LINHAS SINUOSAS                              F átima Cordeiro junho/2020 Pinta uma aquarela no teu coração Mistura cores derivadas do amor Transborda os tons do rosa n'alma Busca no amarelo uma razão Pincela nuances do vermelho Pigmentando ao branco a solidão Verdifica tua vida Com degradês de emoção Suaviza caminhos Com linhas sinuosas Marca as texturas da dor Com lágrimas glamourosas Não esqueça de esboçar Com o lápis da gratidão Tudo o que te maltratas Neste viver de ilusão A linha do horizonte Pode ser o teu ponto de fuga Mas, a obra não vai ficar pronta Apenas tua labuta   Fátima Cordeiro tem formação em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre (UFAC) e em Teologia pela Diocese de Rio Branco. Membro fundadora da Sociedade Literária Acreana (SLA) e Imortal da Academia Acreana de Letras (AAL).  Se você gostou, deixe seu comentário e volte ...

POESIA

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E strada da felicidade                                  P or Thaisa Lima Na estrada pra felicidade, tem uma loja de doces. É só você ir lá pegar. Todos os tipos e sabores. Andando mais tem uma árvore, pare um pouco pra descansar.   Não esqueça tire as sandálias. Sinta a grama a te tocar. Nessa estrada, nem tudo é flores, Cate as pedras que encontrar. Alguns espinhos, algumas dores. Desses só você se lembrará. Mesmo que esteja cansado Sem reclamar, leve contigo. Para aliviar o fardo pesado, Pra cada pedra ganhará um amigo. E quando parecer difícil, Com as pedras farão um abrigo. Quando longe já estiver na estrada, Vai avistar um rio lá no alto. Não pense na distância. Pense apenas no seu salto. Para não ficar com medo Mergulhe toda sua coragem e fé No fundo descobrirá um segredo Que a felicidade tu já sabes o que é. Na estrada ...

POESIA

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PARTISTE P or Jefferson Cidreira Partiste, como ei de seguir? Te dei meu corpo, que passou a ser teu território. Te dei o aconchego dos (a)braços sinceros. Dos beijos que foram todos teus. Ainda te dei todo o meu afago, para tentar consolar-te, ser o amparo seu. Te dei o mapa que revelava meu segredo. O meu lugar, agora, era teu. Acostumei-me com seu corpo, Que sempre envolvia e tinha o meu. Dois corpos entrelaçados, Como um rio que deságua em outro, seu. Teus dedos percorriam todo meu corpo, que era mais teu do que meu. Ligava todos os dias e corria ao encontro teu. Quando necessitava do consolo, do afago, ou quando seu corpo inflamava-se e necessitava do meu. Te dei muito mais do que meu físico, minha mente, meus sentimentos, todo o amor meu. Que estava cartografado em gestos, no olhar terno, nos sorrisos meus. Me encontrava inerte, meu corpo nu, meus seios sempre em tuas mãos, mas o peito foi partido, alma, coração. Foste embora sem aviso, sem al...

POESIA

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  P or Elizeu Melo DEFICIÊNCIA VISUAL:Se todos nós fôssemos cegos Todos nós somos deficientes Todos nós temos defeitos Falamos que somos visuais E estamos cheios de preconceitos. Nada é mais deficiente Do que o orgulho e o preconceito Ajude quem quer e precisa Seja um cidadão direito. Se todos nós fôssemos cegos Não viveríamos de aparência O mundo seria outro Não teríamos opulência. Talvez não tivesse o exibido Que só quer se amostrar Quer fazer inveja ao outro Que não consegue comprar. Talvez não tivesse bandido Talvez não existisse o ladrão Talvez um mundo melhor E cheio de compaixão. Não teríamos roupas da moda Pra pode se amostrar Talvez nem um carro do ano Pra poder egocentrar. Seriamos menos invejosos Talvez tivéssemos mais amigos Socorreríamos o nosso próximo Que estivesse em perigo. Existe muito preconceito E nós temos que falar Conscientizar a sociedade Ela tem que escutar. Pois, os c...

CRÔNICA POÉTICA

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P or Mazezinha Cruz A  LADEIRA Na subida da ladeira nos perdemos, nesta curva nós choramos, mas qual curva que só sobe?   E o chamado isolamento social, une distanciamento e convivência, separação e união, mas se é isolamento como pode ser social? Todos sabem que precisam ficar em casa, mas como ficar em casa se nem todos tem casa? Há silêncio nas ruas, e há silêncio em nosso interior, o que nos faz descobrir ligeiramente sós, e   Juntos com nossas carências, com nossas fragilidades, e questionamentos. E na curva da ladeira acima há mortos, há doentes, há infectados e há doente bom. E os mortos quem são? Há marido morto, pai morto, ricos mortos, desconhecidos mortos...mortos também nossos egoísmos, mortas nossas prepotências e nosso orgulho, mas e nós o que nos resta fazer?   Podemos conversar conosco, fazer da esperança, da paciência, nossas companhias... conversar com os livros, cuidar de nós e dos outros... ah! Isso pode lavar as mãos ...

POESIA

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P or Devanilde Souza Pessoa com deficiência Inclua – me em tudo Não diga o que devo fazer Sou uma pessoa com direito Igual a você Não duvide de mim Não diga como devo aprender O meu aprendizado é diferente Todos tem que entender Só preciso viver Levar a vida socialmente Não preciso que ninguém Me olhe de forma diferente Só quero respeito De toda sociedade Levar uma vida digna Respeite, a diversidade O respeito é um sinal De quem tem inteligência Não me rotule Pela a deficiência A dor maior É a falta de opção Você se diz inteligente Com tanta discriminação Viver sem preconceito É viver com dignidade Não importa a deficiência Ou distúrbio de aprendizado Só quero respeito Ter minha integridade Facilite a minha vida Inclua- me na sociedade. Devanilde Souza é professora e tem formação em Letras e especialização em Educação Inclusiva Gostou? Deixe um comentário e volte outras vezes.

CONTO

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por Fátima Cordeiro             D. MIUDINHA           Era uma cidadezinha cheia de histórias. Repassavam uns para os outros e, assim, seguiam um modo de viver feliz.              As frondosas mangueiras faziam sombras para os mais velhos como uma espécie de cobertura para, assim, novas histórias nascerem. Os mais jovens pescavam, estudavam e sonhavam....              Chegou por ali, certa vez, uma nova moradora. Veio para substituir a antiga inspetora do colégio. A maioria dos moradores, ou quem sabe, todos, estudaram ali.              O tempo se encarregara de consumir as paredes. Desgastadas, não se reconhecia o tom amarelo de outrora. Pediam uma nova pintura. Eram apenas cinco salas de aula, pesadas carteiras de madeira e quadro negro. O telhado já acomodava muitas plantinhas, talve...