CRÔNICA POÉTICA
Por Mazezinha Cruz
A LADEIRA
Na subida da ladeira nos perdemos, nesta curva nós
choramos, mas qual curva que só sobe?
E o chamado
isolamento social, une distanciamento e convivência, separação e união, mas se
é isolamento como pode ser social?
Todos sabem que precisam ficar em casa, mas como ficar
em casa se nem todos tem casa?
Há silêncio nas ruas, e há silêncio em nosso interior,
o que nos faz descobrir ligeiramente sós, e Juntos com nossas carências, com nossas
fragilidades, e questionamentos.
E na curva da ladeira acima há mortos, há doentes, há
infectados e há doente bom.
E os mortos quem são?
Há marido morto, pai morto, ricos mortos,
desconhecidos mortos...mortos também nossos egoísmos, mortas nossas
prepotências e nosso orgulho, mas e nós o que nos resta fazer?
Podemos
conversar conosco, fazer da esperança, da paciência, nossas companhias...
conversar com os livros, cuidar de nós e dos outros... ah! Isso pode lavar as
mãos e usar máscara.
E a ladeira acima continua subido... sim precisa ser
achatada, não ir trabalhar, mas como se
muitos não tem o que comer?
Há momento que precisamos viver um exílio sem sombra,
sem aparência e deixar que o amor dite as regras, pois o amor deve ser usado:
Amor de Deus por nós, amor de nós pelos irmãos e o amor nosso por nós mesmo.
E há um consolo para nós Deus está vendo.
Bom dia!
ResponderExcluirConfesso que fui surpreendido pela relevância social e beleza tecida nessa poesia.
Vc nos esbofeteia na cara, pois em uma sociedade justa, todos deveriam ter uma casa/lar.
Nossa civilização deve rever os caminhos que estamos trilhando.
Um abraço do seu leitor Elizeu
Melo.
Gostei, professora! Muitos já estavam mortos antes crise de saúde. Mas com ela veio a queda dos que já tinha morrido e ainda estavam de pé.
ResponderExcluirGostei ! Mazezinha, parabéns.
ResponderExcluir👏🏼👏🏼👏🏼
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